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Nasci em 04 de agosto de 1964, na cidade de Quarai-RS, por motivo de doenças meus pais me levaram em médicos e quando não tinha mais como mudar a situação levaram-me em uma casa de umbanda. Foi lá que uma senhora chamada Valentina, fez um trabalho espiritual, comecei a melhorar e dormir e, esta seria minha primeira noite de sono. Na época ficamos por muito tempo como consulentes, até que certo dia fui batizado pela senhora Valentina, aliás, pelos seus guias, e ela, passou a ser então minha madrinha. Passei muitos anos afastado de uma terreira, minha madrinha havia falecido e eu estive morando em diversas cidades por razão de trabalho. Certo dia ao chegar a uma terreira um médium chamado Mestre Marne e que possui 56 anos de religião, olhou-me e disse: __ “Que mediunidade você tem! Precisa cumprir sua missão!”. Deste momento me dediquei a voltar no tempo em que recebi a cura em uma terreira e procurei fazer o mesmo a todos aqueles que buscam com fé receber uma graça. Passei então a fazer caridade, acredito que o fundamento maior da umbanda seja este. Caridade não tem preço é preciso fazer com amor. Tenho a honra de ter participado da corrente mediúnica do Reino de Ogum Maremar, uma casa com o nome guia espiritual do Mestre Marne cuja chefe espiritual chama-se Mãe Dulce de Yansã. Nesta caminhada tenho muitos consulentes que receberam graças de meu guia espiritual meu Pai Xangô. Crianças, adultos e idosos. A caridade faz parte desta caminhada, Umbanda é uma religião séria para pessoas sérias.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dois Irmãos

Dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes da favela - um deles de cinco anos e o outro de dez - iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira o morro. Estavam famintos.
- Vai trabalhar e não amole - ouvia-se detrás da porta.
- Aqui não há nada moleque... - dizia outro.
As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes:
- Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... coitadinhos!
E voltou com uma latinha de leite. Que festa! Ambos se sentaram na calçada. O menorzinho disse para o de dez anos:
- Você é mais velho, tome primeiro...
E olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua.
Eu, como um tolo, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino... Ele levou a lata à boca e, fazendo gesto de beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não penetre uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, diz ao irmão:
- Agora é sua vez. Só um pouco.
E o irmãozinho, dando um grande gole, exclama:
- Como está gostoso!
- Agora eu, diz o mais velho.
E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada.
'Agora você', 'Agora eu', 'Agora você', 'Agora eu'... Depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo... sozinho.
Esse 'agora você', 'agora eu' encheram-me os olhos de lágrimas. E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração transbordante de alegria. Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância. Daquele moleque nós podemos aprender a grande lição: "Quem dá é mais feliz do que quem recebe."
É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos.

Autor desconhecido

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